quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
(Carlos Drummond de Andrade)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
19 comentários:
Sabe que sou uma apaixonada de Drummond de Andrade?
Sabe eu também tenho saudades. Vivemos com elas sempre por perto. Saudades da juventude perdida, dos amores e amigos que passaram pelas nossas vidas, saudades até de determinados momentos que nos marcaram e nada significaram para o resto da humanidade.
Muitas vezes não vivemos o presente, pois andamos com o passado às costas, e o receio do futuro preso no peito.
Um abraço
Um poema onde a saudade paira por inteiro.
Cumps
Tenho razão para sentir saudade de ti,
........................
Belo poema...
Bem vinda
Beijo
Belíssimo este poema Isabel, tanto que gostei, uma expressão diferente de saudade como só em poesia e boa poesia se pode fazer.
Muitos beijinhos para ti.
Amiga Isamar,
O canto da partida de alguém que faz parte de nós!
parece-nos sempre um absurdo.
Belo poema da saudade!
Tenho um desafio para ti
no 'a partir da lua'. Compreendo se não puderes aceitar.
Bom fim de semana
Beijinho
Muitos parabéns. Um dia maravilhoso com tudo de bom.
Bjs
Saudade , quem a não tem ?
Um lindo Poema de Drumond de Andrade !
Saudade
Partida
...prefiro recordar.
Tudo de bom.
É sempre um prazer renovado vir aqui com a certeza de encontrar poesia bem seleccionada e do meu agrado.
Gosto muito de Drummond de Andrade.
E este poema aumenta a saudade...
Beijinhos.
Gosto de Drummond de Andrade mas,esse mar eu adoro. Que imagem!
Bjs
Belíssimo poema de um dos poetas brasileiros, que mais admiro,Carlos Drummond de Andrade. Excelente imagem numa combinação poética impar.
Bjito amigo e uma flor. Saudade de a ver pelo meu blog. Zangada comigo? :)
Bjito amigo e uma flor.
Sempre tão bom ler Carlos Drummond de Andrade. Obrigada.Um beijo.
Uma bela memória
viva
Dor e mágoa como só a perda física de alguém é capaz de provocar. Também a não conformação.
Obrigada, Isabel, pelo poema e pela portentosa fotografia.
Carlos Drumond de Andrade, sempre ao melhor nível! Parabéns pela opção.
Será que também a fruta «trabalha para o bronze»?
a harmonia do poema com o MAR!!! um pôr do sol maravilhoso...
numa saudade sem fimmmmmm
beijinhosss milesssssssssss
uma escolha muito boa de um grande poeta, com uma foto belíssima.
boa semana!
um beij
Enviar um comentário