Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, distrito do Porto.Viveu em Espinho, dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária e onde passou o Verão nos primeiros anos da sua vida.Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e, quando finalizou os estudos, viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.Quando regressou a Portugal, foi habitar em Alhandra, onde vivia o seu sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, e aí começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, em 1939, em pleno Estado Novo, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que constrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.Devido à condição de militante comunista, Soeiro Pereira Gomes passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com tuberculose, provavelmente devido às dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de Dezembro de 1949.Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a sua infância.
Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio : "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL"
E FOI MESMO!
E os homens que nunca foram meninos continuam a existir!
imagens tiradas da net texto tirado da Wikipédia
23 comentários:
As histórias de contar todos os dias!...
abraços!
Pena as crianças nascerem para trabalhar duro, antes da sua formação física, que assim altera a sua parte psíquica
Isabel,
Não sabia que o diabo era assim tão velho.
Beijinhos
deixo só um beijão enorme pelo dia de hoje, depois voltarei sobre este assunto...
um dia super feliz para todos com muitos miminhos e beijinhos
Um retrato de uma realidade que eu conheci muito bem. E descrito de uma maneira que prende o leitor.
Também gosto muito dos esteiros.
Deixo um abraço muito grande e os desejos de que seja um dia muito feliz para todos, e em especial para a pequena princesinha...
Um abraço
e voltei, este livro li-o quando tinha uns 12 ou 13 anos, há muitos anosssssssss, fascinou-me, lembro-me como se fosse agora...
a verdade é esta mesma e sempre tão presente, aqueles meninos-homens, que cresceram demasiado depressa, fica tanto por dizer...
e o diabo sabe muitoooooooooooo, não é por ser diabo, mas sim por ser velho!
mais uma vez, parabéns à princesinha do teu coração e todaa família
bom domingo,
beijinhossssssssssssss
É uma obra fundamental!
Já a li e reli.Sempre com interesse!
No entanto com "olhos" diferentes,
pois ia crescendo.
Beijoo.
isa.
... li este livro , andava aí pelos 14 anos , e lembro-me que gostei muito , mais tarde , muito mais tarde comprei-o em edição de bolso ... È um livro extraordinário!!!
Abraço
____________ JRMARTO
Querida Cata-Vento:
Um livro memorável que li aos 15 anos.
Que bem recordado aqui Soeiro Prereira Gomes!
Beijos
neo realismo. precisa-se!
é bom vir aqui. sempre...
beijo
«OS ESTEIROS» é uma obra de referência na denúncia da injustiça e da miséria num Portugal que não se pretende ver mais.
Um abraço para ti.
Quando se esperava que a nova ordem tivesse acabado com a miséria, eis que ela aí está e a nova ordem começa a ter tiques de que eu não gosto e me recordam outros tempos e outra ordem, aquela que Soeiro Pereira Gomes combateu.
Abraço do Zé
Essa realidade é dura e acontece em varios lugares, exemplo aqui no Brasil como ai, mas isso já sabemos o que me pergunto é o que nós podemos de verdade fazer para modificar essa situação, sou uma voluntaria aqui, fazendo trabalho com crianças mas ainda existe muitas outras que tem de trabalhar e nunca entram em uma escola.
O que estamos fazendo para mudar?
Abraços
Totalmente de acordo, querida...também a mim esta obra marcou e acompanhou ao longo da vida...beijos e boa semana...
Muito bonito o teu comentário a "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes. Já o li há bastante tempo e fiquei com vontade de o reler. Obrigada.
Beijos.
Quando li "Esteiros" pela primeira vez ainda não tinha a dimensão do Tejo que hoje habita em mim!!!
Um dia , muito mais tarde, visitei aquelas margens e reli , naquele espaço, as vivências do livro...
Uma memória essencial.Brigados pela sua recordação aqui!!!!
Tudo de BOM!!!!
Bjkas!
Uma obra que li há já uns anos, e que é uma referência.
http://simecqcultura.blogspot.com/
Uma obra que fez bem a diferença entre a pobreza e a riqueza. Cada vez mais actual, se bem que os tempos sejam outros.
A vida difícil de quem cresceu tão depressa que a meninice lhes fugiu.
Venho desejar-te uma boa noite.
Estou indo, embora a minha "costura" hoje tenha sangrado. Já parou. Veremos o que vai dar. Eu sou um teimoso...
Jinhos Sabel
GOLDFINGER
Quase dois milhões de portugueses vivem hoje abaixo do limiar da pobreza! Uma realidade a que não se pode virar a cara.
bjinhos
Esperança
Os Esteiros são uma obra obrigatória para o repúdio do Portugal de outrora. No entanto, e infelizmente, os meninos que não têm infância continua a ser uma realidade :-| por outras razões, mas o problema persiste ainda... vejamos as % elevadíssimas de retirada de poder paternal, os centros de acolhimento lotados com crianças vítimas de abusos e maus tratos, etc, etc
Lindo e de uma tristeza saber que ainfãncia passa pra esses meninos, ótimo vir aqui te ler, visite-me quando puder! Abraços literários.
Bem,
Como estou a passar umas mini-férias até ao 4ºT que se aproxima, consigo criar novos trabalhos e fazer mais visitas.
A Isamar,
deve estar a preparar outra obra!
Bjo
Já li e reli "Esteiros", uma obra magnífica.Pena é que após a Revolução do 25 de Abril,ainda haja meninos homens!
Cata-Vento
Devemos andar pela mesma idade e também eu fui marcada pela obra de Soeiro Pereira Gomes. Foi das primeiras obras sérias que li naqueles tempos em que estas leituras não chegavam a toda a gente.
Destacaste duas mensagens que me tocam fundo: os homens que nunca foram meninos e os meninos que não são meninos.
E há tantos. E actualmente. Infelizmente.
Abraço
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