sábado, 14 de março de 2009

Esteiros/ Uma obra que me marcou!



Soeiro Pereira Gomes nasceu em Gestaçô, concelho de Baião, distrito do Porto.Viveu em Espinho, dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária e onde passou o Verão nos primeiros anos da sua vida.Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e, quando finalizou os estudos, viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.Quando regressou a Portugal, foi habitar em Alhandra, onde vivia o seu sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, e aí começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, em 1939, em pleno Estado Novo, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que constrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.Devido à condição de militante comunista, Soeiro Pereira Gomes passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com tuberculose, provavelmente devido às dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de Dezembro de 1949.Encontra-se sepultado em Espinho, terra que o acolheu durante a sua infância.


Da sua sepultura consta o seguinte epitáfio : "A TUA LUTA FOI DÁDIVA TOTAL"


E FOI MESMO!

E os homens que nunca foram meninos continuam a existir!



E os Meninos que não podem ser meninos.... TAMBÉM!




imagens tiradas da net texto tirado da Wikipédia

23 comentários:

jorge esteves disse...

As histórias de contar todos os dias!...

abraços!

jo ra tone disse...

Pena as crianças nascerem para trabalhar duro, antes da sua formação física, que assim altera a sua parte psíquica
Isabel,
Não sabia que o diabo era assim tão velho.
Beijinhos

gaivota disse...

deixo só um beijão enorme pelo dia de hoje, depois voltarei sobre este assunto...
um dia super feliz para todos com muitos miminhos e beijinhos

Elvira Carvalho disse...

Um retrato de uma realidade que eu conheci muito bem. E descrito de uma maneira que prende o leitor.
Também gosto muito dos esteiros.
Deixo um abraço muito grande e os desejos de que seja um dia muito feliz para todos, e em especial para a pequena princesinha...
Um abraço

gaivota disse...

e voltei, este livro li-o quando tinha uns 12 ou 13 anos, há muitos anosssssssss, fascinou-me, lembro-me como se fosse agora...
a verdade é esta mesma e sempre tão presente, aqueles meninos-homens, que cresceram demasiado depressa, fica tanto por dizer...
e o diabo sabe muitoooooooooooo, não é por ser diabo, mas sim por ser velho!
mais uma vez, parabéns à princesinha do teu coração e todaa família
bom domingo,
beijinhossssssssssssss

Anónimo disse...

É uma obra fundamental!
Já a li e reli.Sempre com interesse!
No entanto com "olhos" diferentes,
pois ia crescendo.
Beijoo.
isa.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

... li este livro , andava aí pelos 14 anos , e lembro-me que gostei muito , mais tarde , muito mais tarde comprei-o em edição de bolso ... È um livro extraordinário!!!

Abraço

____________ JRMARTO

Papoila disse...

Querida Cata-Vento:
Um livro memorável que li aos 15 anos.
Que bem recordado aqui Soeiro Prereira Gomes!
Beijos

Manuel Veiga disse...

neo realismo. precisa-se!

é bom vir aqui. sempre...

beijo

Jorge P. Guedes disse...

«OS ESTEIROS» é uma obra de referência na denúncia da injustiça e da miséria num Portugal que não se pretende ver mais.

Um abraço para ti.

Zé Povinho disse...

Quando se esperava que a nova ordem tivesse acabado com a miséria, eis que ela aí está e a nova ordem começa a ter tiques de que eu não gosto e me recordam outros tempos e outra ordem, aquela que Soeiro Pereira Gomes combateu.
Abraço do Zé

Ana Echabe disse...

Essa realidade é dura e acontece em varios lugares, exemplo aqui no Brasil como ai, mas isso já sabemos o que me pergunto é o que nós podemos de verdade fazer para modificar essa situação, sou uma voluntaria aqui, fazendo trabalho com crianças mas ainda existe muitas outras que tem de trabalhar e nunca entram em uma escola.
O que estamos fazendo para mudar?

Abraços

amigona avó e a neta princesa disse...

Totalmente de acordo, querida...também a mim esta obra marcou e acompanhou ao longo da vida...beijos e boa semana...

Graça Pires disse...

Muito bonito o teu comentário a "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes. Já o li há bastante tempo e fiquei com vontade de o reler. Obrigada.
Beijos.

Unknown disse...

Quando li "Esteiros" pela primeira vez ainda não tinha a dimensão do Tejo que hoje habita em mim!!!
Um dia , muito mais tarde, visitei aquelas margens e reli , naquele espaço, as vivências do livro...

Uma memória essencial.Brigados pela sua recordação aqui!!!!
Tudo de BOM!!!!
Bjkas!

Fatima disse...

Uma obra que li há já uns anos, e que é uma referência.

http://simecqcultura.blogspot.com/

Goldfinger disse...

Uma obra que fez bem a diferença entre a pobreza e a riqueza. Cada vez mais actual, se bem que os tempos sejam outros.
A vida difícil de quem cresceu tão depressa que a meninice lhes fugiu.
Venho desejar-te uma boa noite.
Estou indo, embora a minha "costura" hoje tenha sangrado. Já parou. Veremos o que vai dar. Eu sou um teimoso...
Jinhos Sabel

GOLDFINGER

o escriba disse...

Quase dois milhões de portugueses vivem hoje abaixo do limiar da pobreza! Uma realidade a que não se pode virar a cara.

bjinhos
Esperança

Riscos e Rabiscos disse...

Os Esteiros são uma obra obrigatória para o repúdio do Portugal de outrora. No entanto, e infelizmente, os meninos que não têm infância continua a ser uma realidade :-| por outras razões, mas o problema persiste ainda... vejamos as % elevadíssimas de retirada de poder paternal, os centros de acolhimento lotados com crianças vítimas de abusos e maus tratos, etc, etc

Poesia do Bem disse...

Lindo e de uma tristeza saber que ainfãncia passa pra esses meninos, ótimo vir aqui te ler, visite-me quando puder! Abraços literários.

jo ra tone disse...

Bem,
Como estou a passar umas mini-férias até ao 4ºT que se aproxima, consigo criar novos trabalhos e fazer mais visitas.
A Isamar,
deve estar a preparar outra obra!
Bjo

helia disse...

Já li e reli "Esteiros", uma obra magnífica.Pena é que após a Revolução do 25 de Abril,ainda haja meninos homens!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Cata-Vento

Devemos andar pela mesma idade e também eu fui marcada pela obra de Soeiro Pereira Gomes. Foi das primeiras obras sérias que li naqueles tempos em que estas leituras não chegavam a toda a gente.
Destacaste duas mensagens que me tocam fundo: os homens que nunca foram meninos e os meninos que não são meninos.
E há tantos. E actualmente. Infelizmente.

Abraço