quarta-feira, 9 de setembro de 2009

" Um Rapaz Chamado Mário Viegas"



António Mário Lopes Pereira Viegas nasceu em Santarém a 10 de Novembro de 1948 e morreu em Lisboa a 1 de Abril de 1996.
Actor e encenador reconhecido como um dos melhores actores da sua geração, foi enquanto aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa que se iniciou no teatro universitário. Frequentou o Conservatório Nacional de Teatro de Lisboa e estreou-se como actor profissional no Teatro Experimental de Cascais onde trabalhou com Carlos Avilez.
Fundador de três companhias teatrais, a última das quais foi a Companhia Teatral do Chiado, interpretou peças de autores como Stadt Hamm, Raul Baal, Fernando Krapp ou Wayne Wang e encenou peças de Beckett, Eduardo De Filippo, Bergman, Tchekov, Strindberg, Pirandello, Peter Shaffer, entre outros.
Actor regular no cinema, participou em mais de quinze películas, entre elas "O Rei das Berlengas" de Artur Semedo (1978), "Azul, Azul" de José de Sá Caetano (1986), "Repórter X" de José Nascimento(1987), "A Divina Comédia" de Manoel de Oliveira (1991), "Rosa Negra" de Margarida Gil (1992) ou Sostiene Pereira de Roberto Faenza (1996), onde contracenou com Marcello Mastroianni. É ainda de salientar a sua presença nos filmes de José Fonseca e Costa, como "Kilas, o Mau da Fita" (1981), "Sem Sombra de Pecado" (1983), "A Mulher do Próximo" (1988) e "Os Cornos de Cronos" (1991).
Fez também televisão, popularizando-se, particularmente, com duas séries de programas sobre poesia - Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991). Trabalhou na rádio, principalmente como divulgador de poesia e de teatro, e foi colaborador regular do jornal Diário Económico, para onde escreveu artigos sobre teatro e humor.
Deu-se a conhecer pelos seus recitais de poesia, gravando uma discografia com poemas de, entre outros, Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade ou ainda de autores estrangeiros (Brecht, Pablo Neruda, entre outros). Pela sua actividade teatral foi premiado diversas vezes pela Casa da Imprensa e pela Associação Portuguesa de Críticos. Recebeu o Prémio Garrett, como Melhor Actor, pela Secretaria de Estado da Cultura (1987), para além de distinções em Festivais de Teatro e Cinema Internacionais (1979 - Festival de Teatro de Sitges, em Espanha, com a peça D. João VI; 1978 - Festival Europeu de Cinema Humorístico da Corunha, pelo filme O Rei das Berlengas de Artur Semedo). Em 1994 é ordenado Comendador pela Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da Républica Mário Soares.
Preocupado com a política, candidata-se, em 1995, à Presidência da Républica Portuguesa, pela União Democrática Popular.
Escreveu Auto-Photo Biografia (edição do autor) em 1995 que não foi autorizado a publicar. Em 2001 foi homenageado pelo Museu Nacional do Teatro com a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.

23 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Isa

Obrigada pelas palavras que deixas quando passas. Alento de quem procura.

Mário Viegas é daquelas referências que não se esquecem. Pessoas que fazem a diferença por serem pessoas.

Neste momento a saúde do meu familiar agrava-se. Tem cancer no pâncreas. É um homem bom que lutou pela justiça e se sacrificou sempre pelos outros. É meu tio e chegou ao fim da linha.
A situação só por si já é difícil mas o pior é que ele e a mulher, já sem forças, tiveram que receber a filha com passado de toxicodependência e 8 tentativas (terríveis) de suicídio uma delas já com o pai doente.
Que País é este que não tem internamento para ela e a coloca, dando-lhe alta prematura do hospital, em casa de pais velhos, doentes e desesperados?
Felizmente há quem lute por condições melhores. Por um SNS que sirva quem precisa. Todas as referências fazem falta para que tenhamos um País digno.
Abraço-te com carinho.

gaivota disse...

é verdade, isabel! grande hoemm! lemras-te do AI.... fiz um poste sobre ele em março, dia 17, penso..., no dia que o meu irmão me mandou o vídeo que juntei nesse poste...
fantástico!
beijinhosssssssssssss milesssssssssss
açorianos, desta vez!

Unknown disse...

Um rapaz com um talento IMENSO!!!!
Nunca me esquecerei daqueles apontamentos radiofónicos sobre poesia...

Uma excelente recordação, aqui!!!

"Brigados" Isa!!!!

Bjkas.

Maria Emília disse...

Mário Viegas é um daqueles Ser que não vamos mais esquecer. Bonita homenagem e obrigada por no-lo lembrar aqui.Um abraço,
Maria Emília

João Roque disse...

Um grande actor e "diseur" precocemente desaparecido. Este vídeo é um assombro!!!
Beijinho.

Andradarte disse...

Bonito texto e vídeo, a avivar
memórias.Fui vê-lo ao vivo meia
dúzia de vezes e nunca cansava.
Grande 'diseur' ,grande artista.
Beijo

Ana disse...

Uma excelente homenagem a um Rapaz que se não esquece.
O vídeo que deixas é bem representativo da sua imensa capacidade de interpretação.
Um beijo grande para ti, Isa.

amigona avó e a neta princesa disse...

Que bem me soube recordar! Obrigada amiga por esta recordação...beijos...

gaivota disse...

ai que parvoíce..... nem reparei no teu vídeo, quando referi o meu "AIIIIIIIIIIIII"
lololololol
és dos ares das ilhas!
beijinhossssssssss milesssssssss

Vicktor Reis disse...

Querida Isabel

Anos a fio ouvi e senti as palavras do Mário Viegas...

Um dia à conversa com o meu pai e depois de ouvir uma entrevista com a mãe do MV chegámos à conclusão que o avô do MV tinha sido o primeiro patrão do meu pai (o Sr. Viegas)... e com a mãe dele ainda miúda tinha convivido...

As voltas que a vida dá...

Beijinhos.

Anónimo disse...

Belíssimo post,minha Amiga.
Deves estar triste comigo,pois tenho estado ausente...na escrita.
Tive mais uma desilusão na minha Vida e,acredita,estou tão cansada
disso...Já pensei em fechar o blog,
mas...
Estive de férias,gostei muito.Pena
encontrar a Iana muito em baixo.
Espero voltar a dar-vos o meu
Sorriso.
Beijo.
isa.

Joao norte disse...

Muito bem lembrado, Mario Viegas.
Mais ainda que representar,
gostava de ouvir declamar. Tinha uma pontaria especial para a crítica.

jo ra tone disse...

Isabel,
Boa recordação de Mário Viegas.
Homenagem muito interessante pela forma como foi produzida.
Ai! Ai!
Ai de mim se não ouvir a voz d´outrora!
Ai de mim se não evangelizar!

Beijinhos
João

helia disse...

Muito bom Mário Viegas ter sido recordado neste espaço temático. Foi grande divulgador do Teatro e da Poesia . É um Homem que merece ser lembrado e homenageado

mixtu disse...

sempre "adorei" o mário...

excelente, e na verdade um rapaz... nunca tinha pensado no mario como rapaz, sim... era um puto...

abrazo serrano y europeo

Elvira Carvalho disse...

E como eu gostava de o ouvir declamar poesia. Tive tanta pena quando se foi.
Um abraço

EDUARDO POISL disse...

"Que seja eterna a vitória dos seus dias,
mesmo quando eles lhe derem
a impressão de fracasso.
E nunca se esqueça que atrás das nuvens
sempre existirá sol."

(desconheço o autor)

Hoje passando para desejar um lindo final de semana com muito amor e carinho
Abraços do amigo Eduardo Poisl

vieira calado disse...

Por acaso tenho guardada a gravação

e até já a enviei a várias pessoas.

Bom fim de semana, para si.

Manuel Veiga disse...

excelente (e merecidíssima) homenagem...

beijo

Goldfinger disse...

Ai... que o ouvi dizer que a culpa é do António...
...é o costume, já estou habituado, mas desta vez juro que não fiz nada!
Há duas formas de ficar na memória dos outros, pelo BEM ou pelo MAL.
Mário Viegas faz parte do primeiro grupo e foi bom lembrar.(Confesso que o não fazia há muito).
Depois, existem outros que nada têm e nada valem, mas esses "a gente" nem se lembra deles.
Um grande abraço e mil beijinhos com carinho, Isabel.

António

Sara disse...

O Mário Viegas era meu conterrâneo e um génio muitas vezes incompreendido. No entanto, deixou-nos uma obra riquissima.

As pessoas partem mas enquanto existirem nas nossas memórias estarão sempre presentes. É o caso dele.

Branca disse...

Estava na dúvida se tinha comentado este post, porque já o vi no blog de outra amiga há pouco tempo, mas é sempre delicioso.
Mário Viegas é-o sempre e para todo o sempre.
Beijinhos

Papoila disse...

Querida Amiga:
Nem tu sabes porque tanto me emocionei. Conheci bem o Mário.
Beijos