sexta-feira, 24 de abril de 2009
Foram dias foram anos a esperar por um só dia.
Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía
Com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia
Na esperança de um só dia.
Foram batalhas perdidas. Foram derrotas vitórias.
Foi a vida (foram vidas). Foi a História (foram histórias)
Mil encontros despedidas. Foram vidas (foi a vida)
Por um só dia vivida.
Foi o tempo que passava como nunca se passasse.
E uma flauta que cantava como se a noite rasgasse
Toda a vida e uma palavra: liberdade que vivia
Na esperança de um só dia.
Musa minha vem dizer o que nunca então disse
Esse morrer de viver por um dia em que se visse
um só dia e então morrer. Musa minha que tecias
um só dia dos teus dias.
Vem dizer o puro exemplo dos que nunca se cansaram
musa minha onde contemplo os dias que se passaram
sem nunca passar o tempo. Nesse tempo em que daria
a vida por um só dia.
Já muitas águas correram já muitos rios secaram
batalhas que se perderam batalhas que se ganharam.
Só os dias morreram em que era tão curta a vida
Por um só dia vivida.
E as quatros estações rolaram com seus ritmos e seus ritos.
Ventos do Norte levaram festas jogos brincos ditos.
E as chamas não se apagaram. Que na ideia a lenha ardia
Toda a vida por um dia.
Fogos-fátuos cinza fria. Musa minha que cantavas
A canção que se vestia com bandeiras nas palavras:
Armas que o tempo tecia. Minha vida toda a vida
Por um só dia vivida.
Manuel Alegre
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33 comentários:
Bom que continua activa...
Gostei do poema, mas Alegre já é só um bom poeta. Deixou de ser uma esperança.
Um abraço e bom fim de semana
Bela postagem sobre Abril Amiga.
Abre-se-nos a esperança do sonho!
Contrariamente`ao que diz a Elvira, Alegre é e será sempre uma esperança em homens melhores, mais justos e mais solidários.
Esse é o sonho e a esperança que não morre.
Um abraço amigo com sabor a liberdade,
Maria Faia
Faz-nos falta lembrar isso mesmo: ter vivido pela alegria de um só dia. Escolha criteriosa.
Um abraço
Boa tarde,Amiga querida.
Estes dias tenho lembrado esses momentos,tenho tido um brilho de Esperança,sei lá.Sabes como é?
Ñ acreditar,mas querer que aconteça?! Assim estou eu.Se ñ formos nós a dar o exemplo da força
da coragem, aos nossos Jovens,quem o fará? E´eles sabem q.ñ lhes mentimos. Eles sabem que é possível.
Beijo.
isa.
Lindo opoema de Manuel Alegre
Um poema feito de esperança Um beijo e muita liberdade
Valem todos os poetas que cantaram e cantam Abril.
Valem todos os Homens que escreveram e escrevem sobre Abril.
Valem todos os Homens que lutaram e lutam por Abril!
Um beijo e um cravo Vermelho
Um grande abraço de Liberdade e Esperança! A herança que recebemos no dia 25 de Abril de 1974 exige-nos que não baixemos nem a voz nem os braços!
Um grande cravo vermelho para ti, Amiga!
bjinhos
Esperança
Isabel
Que Viva Abril! Que a Esperança que dias melhores virão não se perca apesar de Abril nestes dias ser tão maltratado...Que Viva a Liberdade SEMPRE!
Um beijo com cheirinho a Abril
Emocionou-me voltar a ler o poema, voltar a ouvir a música.
Obrigada por tornares vivos momentos que são memória.
Um abraço de liberdade para ti, amiga.
Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Mário Quintana
Meus votos de um excelente final de semana, junto
às pessoas que ama.
Um abraço do amigo
Eduardo Poisl
Isa
Manuel Alegre é um grande poeta e as suas mensagens são sempre profundas e de grande beleza.
Um poeta é um sonhador e, por isso, raramente é um bom político.
Pela liberdade e pela justiça social viva o 25 de Abril.
Uma batalha que não está perdida nem acabada.
Viva o 25 de Abril!
Tudo de bom.
Longe na altura não vivi nada da alegria de que falam,no 25 de Abril, antes outras preocupações.
Não concebo uma vida feliz sem Liberdade, e sei bem como era antes do 25 de Abril.
Mas Liberdade sem pão, também não faz ninguém feliz e vejo como vive grande parte do país.
Penso que os objectivos do 25 de Abril, ficaram só pela metade, e mesmo essa metade, vejo-a cada dia mais ameaçada, pelos falsos democratas que nos governam.
Um abraço e bom fim de semana
Li o comentário e se estavas no Largo, era certamente virada para a porta do quartel. Então....havia
uma clareira à frente do Salgueiro Maia até ao quartel, e eu sózinho atravessei o largo, sem ninguém
dizer nada, entrei, vi fardas e armas abandonadas, regressei novamente sem mais ninguém no largo. Se viste uma cena destas, era eu que andava meio maluco
fazendo aquelas cenas, armado
em valente,com o S. Maia a aquecer-me as costas. Que giro. Parece que foi à pouco, esta cena. Beijo.
Olá querida Isabel,
Sempre belos os poemas de Manuel Alegre, foi com eles (O canto e as armas),que aprendi muito novinha a ganhar consciência política.
Muito há a fazer realmente para que se cumpra Abril e já muitos anos passaram, mas para reconhecermos a grandeza desse dia não nos podemos esquecer que apesar do desemprego há subsídio de desemprego; apesar de alguma pobreza, existem ainda subsídios conquistados por Abril, lembro-me bem que antes só uma minoria tinha alguns prémios, não existiam para todos subsídio de Natal e Férias, bem como muitos outros, as mães trabalhadoras não tinham férias de parto; a mortalidade infantil era elevada. Não vou aqui fazer o rol do que não existia, era muito e era sobretudo a falta de liberdade.
Reflictamos nisso e é hora de se trabalhar para que o que se ganhou não se perca.
Beijinhos
Branca
Manuel Alegre e Abril.Liberdade neste dia e em todos da nossa vida.Beijinhos com votos de bom fim de semana
E chegou o dia...
Manuel Alegre no seu melhor.
Beijinho.
hoje quero aquele abraço especial! Deixo-te um muito apertado...estamos juntas minha querida...na saudade, na alegria, na luta!!!
Viva o 25 de Abril...
Como lamento que o mesmo autor não contribua hoje muito para se reviver um dia assim.
Um abraço para ti.
Vivamos a esperança de um novo Abril, que um dia o povo acreditou, mas que hoje, o grupo sem pudor saqueou.
Recordei este dia com hora e meia de música instrumental principalmente do album de Zeca Afonso e outros, no gélido átrio dos Paços do meu Concelho até ao fogo de artifício.(Câmara tão fria como o País se encontra)
Beijinhos
Bom domingo
Sabel
O meu tempo tem andado esgotado mas hoje vim rever os amigos que não se esquecem, que não se podem esquecer.
Abril não foi só um dia, foi uma porta que se abriu e por muitas desilusões que o tempo nos tenha trazido, pelo menos podemos hoje estar aqui todos trocando ideias, dizendo o que pensa, gritando Liberdade.
A vida está difícil, mas como diz Alegre, é preciso acreditar que aquele dia não morreu.
Um grande beijinho que te chegará na ternura de um abraço dado com todo o respeito e amizade.
Um bom domingo, Sabel.
Abril sempre!
GOLDFINGER
Querida Amiga:
Um poema de Alegre com a esperança de Abril.
Viste o video e sim o meu irmão é o jovem barbudo em primeiro plano.
Beijos
Bela maneira de homenagear essa data tão presente..
Saudações
beijo.
25 de Abril, Sempre!
Chegar aqui no dia a dia é ter a certeza de encontrar Abril! :-) Abril Já feito, mas não acabado... Falta-nos a poesia de um Abril vindouro, que concretize a tão proclamada justiça social, o direito ao trabalho, as condições de vida dignas para todos os cidadãos, o direito e o respeito pela diferença...etc, etc, etc.
Precisamos dum mês para celebrar estes valores, ainda que utópicos, no momento. Que tal Maio? :-)
Um belo poeta este Manuel Alegre!
Cumprimentos
Querida Isamar
Tens uma modesta homenagem para ti lá pela Oficina. Bem mereces...
beijinho.
Amiga, só agora posso passar a convidá-la para ir ao Sexta. Sei que é tarde para si mas acredite que não consegui mais cedo.
Vá quando puder...
Um abraço
Já não basta só a prosa ou o discurso inflamado, é preciso agir em conformidade também, e é isso que Alegre ainda não conseguiu.
Cumps
O Manuel Alegre faz-me lembrar um bocado aquele velho ditado:"muita parra, pouca uva"...
Bejocas verduscas
Belíssimo este poema do Manuel Alegre. Foi uma boa escolha.
Um beijo.
Lindo. Dá sempre gosto relembrar...
Beijinhos.
que terá acontecido às trovas de abril...
onde anda o povo sonhador e crente,
lutador e persistente
que mês e que mar nos acompanhará e dará mais forças para lutar pela dignidade humana, esta palavra onde está dito!
ai, isabel... desilusão é a palavra de ordem!
beijinhossssssssssssss grandesssssss
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