segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cata-Ventos


Os cata-ventos têm origem na época romana. Primitivamente nas torres, nos castelos, simulavam a forma de uma bandeira. No entanto, posteriormente adoptados nos campanários e cúpulas dos edifícios religiosos, depressa se generalizou a figura do galo como forma corrente e cimeira dos cata-ventos. Aventa-se que esta ave servia para lembrar ao clero, a vigilância. Na verdade, são várias e por vezes diversas, as teses que procuram historiar a genealogia dos cata-ventos…A cruz, dizia uma autoridade no assunto, colocava-se sobre uma bola para simbolizar a redenção do mundo por Cristo, e o galo, corroboram vários autores, colocava-se por cima da cruz, como memorial ao arrependimento de Pedro, depois de renegar o Mestre. Há, porém, quem afirme que o costume de adornar as torres com uma cruz e um galo deriva, não dos romanos, mas dos Godos, os quais usavam o galo como insígnia guerreira. Colocavam um galo nas copas das árvores sagradas, e consideravam-no não só como vigilante, mas também como profeta do tempo, e acreditavam que o seu canto afugentava os espíritos maus e todas as calamidades. O galo também era sagrado na Índia e na Pérsia. Cícero dizia que os antigos reputavam o acto de matar um galo como um dos mais horrendos crimes que se podia cometer. Os actuais cata-ventos são, indubitavelmente, a herança daquelas (e outras) velhas ideias e costumes. Segundo a mitologia solar, a origem de todas estas tradições e habitudes é devida ao facto de se empregarem aves domésticas como personificação do Sol, e é assim, dizem os mitólogos, que a pérola que a galinha procura na estrumeira, não é outra coisa do que o seu próprio ovo, e o ovo da galinha celeste é o próprio Sol, e a galinha da fábula dos contos infantis que põe os ovos de ouro, é a galinha mitológica (terra ou céu) que dá à luz, cada dia, o Sol. Ainda existem outras, muitas, explicações. Mas deixo-vos o relato de uma velha superstição, segundo a qual o galo põe um ovo durante a sua vida; e se o dito ovo for incubado, nascerá uma serpente (o basilisco), a qual é um ser que tem a faculdade de matar, com a vista, a primeira pessoa para quem olhar. Não seja por isso que vá agora deixar de apreciar os belos cata-ventos que ainda se vêem por muito lugar!...



Não resisti e tirei daqui este post http://coisasdoarco-da-velha.blogspot.com/ Apesar da indicação de email não consegui lá chegar. Peço desculpa ao autor pela falta de autorização.

9 comentários:

Zé Povinho disse...

Morei numa casa que tinha um galinheiro nas traseiras e de onde se avistava um cata-vento. Habituei-me a acordar com o canto dos galos, lá pelas 5 da manhã e a deitar um olho ao cata-vento para tentar adivinhar o tempo que faria, o que era tarefa difícil lá pelos trópicos.
Gostei das curiosidades.
Abraço do Zé

João Roque disse...

Adoro que partilhem comigo histórias e coisas de que não tenho conhecimento.
Obrigado.

gaivota disse...

sempre a aprender mais um pouco...
aqui à minha frente, do outro lado da estrada, a minha vizinha tem umas 30 galinhas cacarejando pela manhã à espera do milho, pãp cortado, couves migadas... à moda antiga...
bem-hajas, minha querida!
beijinhosssssss milessssss

SILÊNCIO CULPADO disse...

Isa

Os cataventos sempre me fascinaram. A casa dos meus pais tinha um galo/catavento numa chaminé algarvia.
Tudo isso são sensibilidades da minha memória que recordo ao ler a tua bela descrição.
Senti o mito dum passado distante donde pouco resta a não ser a recordação.

Abraço minha querida

Anónimo disse...

É um fascínio fotografar aqueles que ainda vão resisitindo e nos deliciam.

Esta história confesso que não conhecia. A minha preocupação foi sempre ver para que lado está o dito cujo virado, sinónimo de chuva ou vento, ou frio ou calor.

Adorei esta partilha de...ventos ;):)

(há coisa de um ano, ou dois? enviei à minha amiga algumas fotos de um ou outro cata-vento que vi durante um periodo de férias. Espero que os tivesse recebido)

Tudo de bom.

Bem-haja.

Lilá(s) disse...

Gosto imenso de cata-ventos, há-os lindíssimos, e temos um amigo comum que tem uma grande colecção em fotografia.
Bjs

José Lopes disse...

Recordar o passado que afinal tem memórias de objectos simples que não esquecem.
Enganados por uma cáfila de aldrabões que nos espremem até ao tutano - boa malha!
Cumps

Ana disse...

Ficar a saber mais ! Obrigada, amiga!

jorge esteves disse...

Tenho reparado, e registado com agrado, diga-se, a sua habitual passagem pelas Coias do Arco-da-Velha. E sempre que posso, silenciosamente, poupando nas palavras o que gasto deleitando na leitura, passo por aqui. Hoje surpreendi-me. Duplamente. Não esperava a transcrição (que tomo por elogio) e, por outro lado, constato que não achou o meu endereço electrónico (no painel da direita, ao fundo, abaixo do relógio, um pequeno ícone 'email' dá-lhe essa possibilidade).
Grato pela sua simpatia.
abraços
tintapermanente