Les Demoiselles d`Avignon

Notícias recentes,sobre medidas discricionárias que considerei atentatórias da liberdade de expressão consignada na Constituição de Abril de 1976, levaram-me a fazer uma viagem pelo mundo da arte.Vejam só! A acusação de pornografia( arte/literatura/filme... que tem por assunto actos obscenos ) presente no Carnaval de Torres Vedras por almas cuja pudicícia atinge um altíssimo nível, ostentada no Magalhães, à Pornocracia( influência das cortesãs no governo de uma nação), título do livro apreendido em Braga que ostentava uma polémica obra de Courbet indignaram-me tanto pelo que os actos tinham de censório que enveredei por um estudo do nu feminino na arte, nomeadamente na pintura. Alguém, devidamente identificado,disse-me por mail, que não via qualquer erotismo na obra de Courbet. Via devassidão. É certo que há "males" que vêm por bem. O quadro de Courbet não é uma obra de que goste particularmente, pelo contrário, mas outros há que desde sempre gostei. Procurei Picasso. Dir-me-ão: o que tem uma coisa a ver com a outra? É verdade mas eu fui procurar outrs nus femininos. Mais do meu agrado.Les Demoiselles d'Avignon é um dos mais famosos quadros do pintor espanhol Pablo Picasso onde ele subverte por completo os moldes tradicionais de representação da figura humana.O artista submeteu cinco figuras femininas nuas a uma geometrização rigorosa que acaba por levar a uma deformação radical do corpo.Os corpos em "Les Demoiselles d'Avignon", datado de 1907, são angulosos e desproporcionados, podendo entender-se também como um sinónimo da revolta do artista contra toda a arte ocidental desde o Renascimento.Esta obra, que para muitos é a fundadora do cubismo, está no Museum of Modern Art (MoMa), em Nova Iorque e foi pintada em 1907, a óleo sobre tela,um quadro pré-cubista, que evidencia o impacto da arte africana.
Nesse ano, Picasso conhecera Braque e Derain e visitara a exposição de Cézanne no Salão de Outono e começa aqui a sua fase cubista.
Quando concluiu a obra, havia concebido a maior tela que alguma vez pintara.
Além de uma obra-prima do cubismo mundial, representa a violação de todas as tradições e convenções visuais naturalistas ocidentais, ao apresentar cinco prostitutas,aleivosas, representadas de forma cubista, como se nota na mulher nua sentada à direita, vista simultaneamente de frente e de costas. Os rostos das personagens reflectem o início do Período Negro, na obra de Pablo Picasso, assemelhando-se a máscaras e esculturas africanas.
Uma estética geométrica e visual que marca as características do Cubismo.
Não pretendi estabelecer comparações.Respiguei,de entre vários, um quadro que muito aprecio.